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ABERTA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL

Na íntegra intervenção de boas-vindas da Juíza Conselheira Presidente, 𝗟𝗮𝘂𝗿𝗶𝗻𝗱𝗮 𝗣𝗿𝗮𝘇𝗲𝗿𝗲𝘀 𝗠𝗼𝗻𝘁𝗲𝗶𝗿𝗼 𝗖𝗮𝗿𝗱𝗼𝘀𝗼.

Minhas Senhoras e meus Senhores,

A aprovação da Constituição da República de Angola, a 05 de Fevereiro de 2010, posicionou definitivamente o nosso País nos trilhos pelos quais se conduz um verdadeiro Estado Democrático de Direito. Representou, na sua essência, o reforço da construção de uma Nação assente nos valores mais nobres da dignidade da pessoa humana, sem que a sua multiplicidade antropológica constituísse ameaça à unicidade e integridade territorial. Enquanto expressão viva da suprema vontade política do povo, a Constituição da República de Angola constitui uma componente e reflexo essencial da memória colectiva nacional.

Enquanto documento, a Constituição está longe de ser estática. Antes, mantém-se em constante evolução o que, por sua vez, impõe a necessidade de análises e estudos cujos resultados assumem-se fundamentais para a vivência do presente e a projecção do futuro de Angola.

Excelentíssimos Convidados e Mui Dignos participantes,

 É com elevada honra que vos dou as boas-vindas a esta Conferência Internacional sobre os 50 anos do constitucionalismo angolano e que, em razão do curso das transformações político-constitucionais que a história nos impôs, assinala o décimo quinto aniversário da CRA. Este momento singular coincide com o jubileu da nossa independência nacional, numa convergência histórica que sublinha a profunda ligação entre a nossa soberania e o nosso ordenamento constitucional.

Ao longo destas cinco décadas, o constitucionalismo angolano tem sido o ideário das aspirações do povo angolano e, nesta medida, o pilar fundamental da nossa independência e soberania. Da Lei Fundamental de 1975 à actual Constituição, cada etapa desta jornada reflecte não apenas a evolução jurídico-política do nosso Estado, mas também as aspirações e a resiliência do povo angolano.

Hoje, ao celebrarmos este marco histórico, é imperativo recordar, também, os precursores que lançaram os alicerces do nosso constitucionalismo. Homens e mulheres que, em momentos cruciais da nossa história, tiveram a visão e a coragem de moldar um ordenamento constitucional que servisse os interesses do povo angolano e garantisse as fundações do nosso Estado.

 O lema desta conferência – “O Constitucionalismo como Expressão da Independência e Soberania dos Estados” - é particularmente relevante no actual contexto global. Num mundo em constante mudança, o constitucionalismo permanece como doutrina fundamental para a autodeterminação dos povos e da estabilidade das nações.

O Tribunal Constitucional, como guardião da Constituição, tem a missão fundamental de preservar estes elementares princípios, garantindo que o texto constitucional continue a ser um instrumento vivo de transformação social e de desenvolvimento nacional.

 A nossa missão de resgatar, preservar e difundir a história constitucional de Angola é mais do que um dever institucional - é um compromisso com as gerações futuras. Cada angolano deve conhecer e compreender esta história, pois ela é parte integrante da nossa identidade nacional.

 A Constituição da República de Angola, representa a maturidade do nosso sistema constitucional. É um documento que reflecte os valores fundamentais da nossa sociedade e as aspirações do nosso povo, garantindo simultaneamente a estabilidade institucional necessária ao desenvolvimento do país.

Nos próximos dois dias teremos a oportunidade de reflectir profundamente sobre estas questões, beneficiando da experiência e sabedoria de especialistas nacionais e internacionais. Este diálogo é 5 essencial para compreendermos não apenas o nosso passado constitucional, mas também as ameaças, os desafios e oportunidades que o futuro nos reserva.

Convido todos os presentes a participarem activamente nestes debates, contribuindo para o enriquecimento da nossa compreensão sobre o papel do constitucionalismo na construção de Estados verdadeiramente soberanos e democráticos.

Que esta conferência seja não apenas uma celebração do nosso passado constitucional, mas também um momento de renovação do nosso compromisso com os valores e princípios que têm guiado a construção da nossa nação ao longo destas cinco décadas.

Sejam todos muito bem-vindos e muito obrigada pela Vossa presença.

Luanda, 05 de Fevereiro de 2025